Nerdices


Lembro-me de assistir, quando criança, a reprises de filmes onde os chamados nerd's apareciam como aqueles seres feios e quase alienígenas de óculos enormes e calculadoras nos bolsos, criando situações engraçadas em que usavam sua inteligência para se vingar dos valentões. Era engraçado por que era ridículo. Na sociedade americana os nerds costumavam ser os maltratados.

No nosso país tupiniquim, no pequeno estado de Sergipe, e para ser mais específico, na vida desse que vos escreve, a história era semelhante. Fã de quadrinhos, amante da literatura e viciado em rpg (role playing game, não a fisioterapia), com a visão comprometida pelas madrugadas de leitura, tive que ser uma criança e depois um adolescente marcado como alvo para as piadas. Na escola meu gosto para com a história e a geografia e o estímulo que recebia dos professores na forma de debates aprofundados sobre os temas de estudo me marcaram como paria social.
Hoje dá prazer de lembrar que as horas de estudo sobre temas muito incomuns para um jovem da minha idade renderam frutos, aos 23 anos prestes a me formar em contabilidade e pensando em retomar a faculdade de direito trancada no 5º periodo em paralelo com uma pós-graduação que deverão somar 12 anos de estudo de nível superior aos 26 anos de idade, casado com uma mulher linda que se apaixonou por mim depois de assistirmos a um show de Francis Hime com a orquestra local, bem empregado e tendo realizado alguns dos sonhos da classe média (casa e veículo próprio), vejo feliz que os nerds estão na moda.
Basta a olhar na programação da TV e perceber que as séries de sucesso são voltadas para o conhecimento científico, Da medicina mau-humorada de House, à ciência técnica de CSI, passando pelo nerdismo descarado de Big Bang Theory, os nerds tem dado muita audiência. Além disso vemos jovens brilhantes criando do nada empresas multimilionárias que comandam a economia mundial e transformam a realidade de pessoas por todo o planeta. Se na época dos filmes de James Dean os carros envenenados eram símbolos de status entre os jovens, basta entrar em qualquer comunidade virtual de jogos, videos, e outros, para perceber que quando se pergunta " E aí, qual é a sua máquina? " não existe a mínima referencia ao meio de transporte, mas ao computador.
Sinto uma felicidade esmagadora ao perceber que depois de séculos do declínio dos fundadores gregos da democracia nossos tempos dão sinais de que voltaremos a viver num sociedade do conhecimento.

As MPE's, os empregos e os Universitários


É fato, e os institutos de pesquisa comprovam, as micro e pequenas empresas, apelidadas de MPE's, são proporcionalmente as maiores empregadoras do país, com destaque para as que trabalham na aréa de prestação de serviços.
São também as empresas com maior índice de mortalidade nos primeiros anos de vida.
Por que isso acontece? Bom, esta é uma pergunta fácil de responder.
Devido à sua natureza, a maioria dessas empresas são abertas e geridas por pessoas pouco preparadas do ponto de vista técnico, tem características de negócios familiares, pouco capital de giro e estrutura para segurar o barco durante as intempéries, e dessa forma, quando se defrontam com o concorrência feroz de quem tem mais nome, mais tempo de mercado, experiência e recursos, bem como com a dura realidade tributária e creditícia do país, afogam-se antes de sequer vislumbrar a praia.
Surge então um outro questinamento, porque , já que passamos por tempos de crescimento econômico e fortalecimento do mercado interno, as pessoas tecnicamente preparadas não arregaçam as mangas e vão abrir suas próprias MPE's ?
Outra pergunta fácil.
Por que o sistema educacional brasileiro, sobretudo no ensino superior, forma empregados e não empreendedores. Mesmo nos cursos de caráter administrativo, como contabilidade , administração, economia e outros, pouca ou nenhuma enfase é dada ao tema empreendedorismos. Em plena era de investimento estrangeiro maciço no país, quando o Brasil tem empresas nacionais que estão entre as maiores do mundo em seus setores e novos empresários brasileiros entram no ranking dos mais ricos do mundo a cada ano, ainda vemos a velha mentalidade do "faça concurso público e ganhe estabilidade", ou ainda, "seja empregado de uma grande empresa e garanta excelentes benefícios".
Imagine agora se após estágios e experiências profissinais em grandes empresas, alguns dos melhores alunos de universidade pegassem seus conhecimentos especializados, sua criatividade, sua mega bagagem de informações própria da geração y , toda sua energia da juventude e começassem a tocar projetos de novas empresas ? O Brasil teria com toda certeza um surto de novos bilionários , megaempresas, e o controle de novas tecnologias. Por que afirmo isso com tanta segurança? Simples!!!Basta fazer uma leitura da economia mundial para perceber que foram em empresas de garagem montadas por estudantes ou recém formados, suas esperanças e nenhuma estrutura, que surgiram os titãs do capitalismo mundial contemporânio. Exagero?! Não mesmo! Só para citar os exemplos mais emblemáticos, foram assim que nasceram a Microsoft, a Aplle, e a Google. A última inclusive surgida numa experiência que fazia parte de uma tese de doutorado.
E porque então mantemos a mentalidade tacanha de procurar a comodidade, se o estímulo ao empreendedorismo entre os jovens seria bom para o governo, para os próprios jovens e para a nação como um todo. Bem, eis a pergunta difícil que ficará sem resposta, pelo menos até o próximo post.

O dinheiro e eu !

Quando criança, minha mãe era professora de escola pública e meu pai trabalhava em construção civil, e a relação deles com o dinheiro era (por assim dizer) conflituosa. Assim, cresci num lar onde era instigado a estudar, "Conhecimento é poder meu filho!", "Estude muito para que um dia você tenha um bom emprego!".
Quanta felicidade meus pais não sentiram quando aquela criaturinha pequena, diria até minuscula para os padrões da minha idade, e gordinha para completar o pacote, foi adiantado de série repetidamente logo nos primeiros meses de escola diante de exclamações dos professores: "Nossa como ele é inteligente!", "Ele já sabe somar e diminuir perfeitamente e só tem 3 anos!", " Já escreve e lê tão bem tendo pouco mais de 4 anos!", até o cumulo do "Ele poderia perfeitamente ir direto para o primeiro ano primário já que está completamente alfabetizado, mas ele só tem 5 anos e é muito pequeno, ele pode não se adaptar aos colegas mais velhos!".
Mal sabiam os professores que aquilo tudo era resultado de horas de estudo com meu pai que encontrara uma maneira muito engenhosa de me ensinar aquilo que ele próprio tivera muita dificuldade de aprender.
Mas, o fato é que apesar de todo aquele potencial minha mente havia sido condicionada que eu deveria estudar para trabalhar. Minhas leturas de juventude, horas de frente para o discovery channel e para a bloomberg, canais aos quais adolescentes rarissimamente assistem, eram todas canalizadas para me preparar para o sucesso na carreira.
Assim logo no inicio do curso superior comecei a estagiar e a receber os elogios de professores e chefes. No entanto, anos depois das primeiras experiências na escola, os elogios já não estimulavam tanto. Enquanto trabalhava minha mente sonhava em conhecer a Europa, a arte renascentista, os canais de veneza, os prédios séculares das igrejas européias, as belas praias da austrália, as motanhas e bosques da nova zelândia, tanta beleza a que fui apresentado através da tela do computador ou da televisão e que para mim parecia cada vez mais distante.
Até que um dia, numa época em que andava quase depressivo por que a promessa de meus pais não se cumpriram e o estudo e trabalho árdua longe de realizar meus sonhos, transformavam-se no máximo em um tapinha nas costas e um novo trabalho a fazer, um amigo me deu um exelente conselho "Dê uma lidinha no livro Pai rico, Pai pobre, talvez essa seja a solução para seus problemas!".
Devo lhes confessar que a leitura do livro foi uma experiência transformadora! Mas a principal lição apredida foi a de que eu estava no caminho errado. Isso mesmo. Depois de tantos anos, tapinhas nas costas, e elogios vazios, eu estava no caminho errado! Em quê exatamente eu estava errado?! Eu havia, durante toda a vida, que no meu caso não era muito extensa mais significava muito para mim, me dedicado a me preparar para o trabalho. Por que isso é errado?! Ora!Se eu queria realizar meus sonhos e estes estavam condicionados ao dinheiro que deveria possuir para realizá-los, eu tinha então que aprender a ganhar dinheiro e não a trabalhar. E era só olhar para meu contra cheque no fim do mês para perceber que mesmo que me desfizesse de todas as necesidades pessoais, incluindo as biológicas, e estourasse todo o meu ganho do mês talvez eu conseguisse pagar uma passagem de ida para a Europa, mas só talvez, e numa classe econômica.
Como passar fome em um país estrangeiro sem condições de retorno para casa não é nem de longe meu sonho de consumo resolvi então seguir o conselho do livro e aprender a ganhar direinho e fazer o dinheiro trabalhar para mim...

Uma grata surpresa nas eleições


Quando começava a se desenhar o quadro de candidatos para as eleições 2010 e o PV convidou a Marina Silva para ser candidata, muitos imaginaram que seria apenas uma estratégia para fortalecer a imagem do partido. O maior beneficíado seria o PSDB uma vez que Dilma poderia perder alguns votos de eleitores históricos do PT, descontentes com o gaverno Lula, para essa candidatura de uma mulher cuja história de vida se assemelha em muitos pontos com a do presidente que se transformou numa espécie de ícone de um partido.
No, entanto, com o bom uso de recursos alternativos, principalmente da internet e das redes sociais, a Marina Silva foi se aproximando lentamente do eleitor e se transformando aos poucos simplesmente em Marina, o programa de governo que inicialmente parecia se resumir a propostas de cunho ambiental foi assumindo maiores proporções e agregando idéias de seus prórpios eleitores que se transformaram num novo tipo de militância, uma militância virtual, que não apenas faz twittaço, mas diz à candidata que tipo de Brasil quer ter e opina na formação do programa de governo gerando uma relação estreita, que cria um vínculo de identidade entre eleitor e candidato.
A candidatura de Marina acabou ficando a cara da politica séria e equilibrada que é a candidata, e começa a criar na juventude uma espécie de esperança utópica de que tudo, do dia pra noite, pode ser diferente.
Embora não seja dado a acreditar em utopias e seja obvio que esta candidatura não deve passar do primeiro turno, marina demonstra ter um futuro político longo e promissor. Ela merece ser aproveitada no governo do(a) futuro(a) presidente do país seja ele(a) quem for, na condição de porta voz das crenças, anseios e esperanças da juventude, condição essa conquistada com mérito.

Por quê não esperar?

Entre ânsias e agonias cabe a pergunta, por quê não esperar? Ultimamente eu vinha sendo aflingindo pelo mal que assola grande parte da juventude, a urgência. Essa gana exarcerbada por sucesso e reconhecimento que invade quem vive a vida a 300 por hora entre trabalho, faculdade, projetos pessoais, e zilhões(que palavrinha feia) de idéias inovadoras que não saem do papel.

No entanto, levando em consideração as horas de esforço em busca do sucesso, consideremos aí 10 horas no expediente de trabalho, mais 4 na faculdade, os deslocamentos e o estudo em casa, o que me tomam por volta de 16 horas por dia que somadas às 6 horas de sono ( à muito tempo não durmo 8 horas) totaliza 22 horas me deixando apenas 2 horas de folga para viver, nas quais estou geralmente dedicado às necessidades fisiológicas ou preocupado demais com trabalho/estudo para me interessar por qualquer outra coisa. Então se os resultados financeiros e de reconhecimento estivessem de fato chegando será que eu teria tempo para desfrutá-los?

O mais desesperador de tudo é perceber que essa corrida maluca é em busca de objetivos derivados de padrões de consumo e de imagem imposto por uma sociedade autodestrutiva que se consome em si mesma e não dá mais conta das anomias sociais que a infestam. Da violência, passando pela corrupção e chegando à pobreza e a fome, temos a imagem do ser humano que esquece de ser humano para ser uma cifra, um título ou estereótipo.

Por isso estou oficialmente dando um chutão nos projetos e às preocupações com a carreira( ao menos durante essas férias de inverno), estarei me dedicando um pouco a ler meus livos que abandonei, a ver os amigos que não visito mais com aquela frenquência, e abeijar minha esposa mergulhando bem fundo naqueles olhinhos verdes de atriz de cinema, e quem sabe pegar minha moto e ir para a bela orla de atalaia admirar as estrelas.

A carreira que me espere, a desacelerada é mais que necessária. Não quero corre o risco de vir a óbito antes de desfrutar plenamente do sabor de viver.

Eleições Sergipe 2010


Lembro-me de minha época de movimento estudantil, mais especificamente de uns 6 anos atrás quando assumi a presidência da grêmio do Colégio de Aplicação. Na época, nos deparamos com a falta de organização e estrutura, e numa manhã de sábado fizemos o levantamento da situação: atas de reuniões inexistentes, estatuto arcaico (da época da fundação do grêmio), nenhuma estrutura de mobiliário (ao menos algo que pudesse ser utilizado), Inexistência de computador, nenhum controle financeiro e caixa zero.
A partir daí levantamos o mutirão. Criamos modelos de atas para as diversas reuniões, Reativamos as reuniões com o conselho de classe, Montamos comissão para reforma do estatuto que contava com estudantes e membros do conselho, pleiteamos e conseguimos doações de movéis em melhores condições junto à direção da escola e à prefeitura do campus, assim como uma sala melhor adaptada ao exercício das funções do Grêmio, reformamos um computador doado e conseguimos acesso a internet, criamos planilhas de movimento financeiro e disponibilizamos caixa através de doações por parte dos membros da diretoria, e lá se foram seis meses de gestão investidos em criar condições de trabalho.
No fim das contas as ações que só renderam frutos posteriores, e facilitaram a vida da gestão seguinte foram considerados inúteis pelos alunos acostumados com o barulho das festas e das manifestações (essas nem sempre com próposito). Fomos considerdos uma gestão que nada fez.
Hoje, vejo numa esfera maior algo semelhante acontecer com outra pessoa. O Governador Marcelo Déda têm recebido críticas de ter criado um governo de um ano só. Tal argumento só pode ter se originado de pessoas que não acompanharam a profunda reforma administrativa que se passou na administração pública sergipana, modernizando as instituições e os processos, enfim criando condições para um trabalho com mais eficiência.
Conseguir governar dentro da turbulência de uma grave crise econômica que reduziu severamente a arrecadação do estado e ainda proporcionar aumento salarial real a muitas categorias, em alguns casos originadas de leis federais como no piso salarial dos professores, e em outros por iniciativa própria como no caso dos policiais, me parece uma conquista originada da atualização do serviço administrativo que agora permite alcançar mais com menos.
Talvez o cenário econômico não tenha permitido a Marcela Déda ser o Governador das grandes obras, sobretudo das que irresponsavelmente deixam uma dívida enorme com a qual os governos seguintes terão que arcar, mas imagino que se tanto avançou e foi conquistado em condições tão desfavoráveis, como não será um Governo Déda no belo cenário econômico de crescimento e estabilidade que se desenha no horizonte.

O incrível mundo da animação


Ontem assisti pela terceira vez O UP - Altas Aventuras. Pela terceira vez me surpreendi com o alto grau de emoção e beleza passado no filme infantil (ao menos em tese). Em seguida, assiti Alice e me deliciei com as belas imagens que moldavam a ótima narrativa, as excelentes atuações, e a genialidade da direção de Tim Burton. Percebi como a animação gráfica casou com os atores de carne e osso se inserindo no filme de forma extremamente natural. Isso me lembrou de uma séria de filmes de animação que nos últimos anos me levaram a uma experiência cinematográfica muito superior ao da maioria das produções "para adultos" como A Viagem de Chihiro, Wall-e, e o próprio Up, que inserem em seus roteiros temas profundos tratando-os com seriedade e delizadeza.
Up, fala de amor de forma mais bela, pura e convincente que a maioria das comédias românticas e dramas holywoodianos recentes. A cena que mostra o pôr-do-sol no horizonte de um planeta terra tomado pelo lixo, presente em Wall-e, convida à reflexão sobre meio ambiente e sustentabilidade de maneira mais cativante e delicada que o visto no roteiro piegas de Avatar. E a viagem de Chihiro, por sua vez, faz um apanhado de mitologia oriental reunido de forma maravilhosa num filme extremamente belo.
Parece que nos últimos anos filme infantil está virando coisa de gente grande.

Reinaldinho e a Confecom

Não sei qual o caso do Reinaldinho com a Confecom. Por esses dias ele resolveu voltar a atacar a conferência e, entre outras coisas, reproduzindo um texto que solicita a regulamentação de artigos da constituição relativos às atividades da imprensa e que estipulam a regionalização da produção e a preferência pela produção independente, decidiu traduzí-lo da seguinte forma: o governo pretende fechar a tv globo.
Hora regionalizar a produção é só permitir que que cada estado e região tenha programação própria, basta algumas horas de programação em um horário que não precisa ser o da novela das 8, só pra que as pessoas possam se identificar com o que veêm e para que a cultura local não fique restrita aos artigos dos especialistas e às épocas das festas populares.
O incentivo á produção independente, por sua vez, passa por facilitar o acesso ao material de produção para que a população possa exercitar sua criatividade em produções de baixo custo e garantir espaço para veiculação do material produzido. Com isso, passamos a revelar talentos que pelos meios tradicionais permaneceriam escondidos.
Se Hollywood é o paraíso do cinema de grande escala, o Brasil é o da televisão. Se nossas novelas e programas viajam pelas maravilhosas ondas invisíveis pulando de satélite em satélite e se espalhando pelo mundo isso se deve em grande parte, mas grande mesmo, à TV Globo, mesmo com todas as mazelas que se cria quando ao produzir cultura se foca unicamente no resultado financeiro. Não acredito que o Governo Lula, Franklin Martins, ou seja lá quem for, pretenda seriamente acabar com a TV Globo mas, já que eu não sou muito bom com telepatia mesmo, prefiro dizer que, ao contrário do que o mestre da entrelinhas consegue visualizar, o texto utilizado na citação não transmite de forma alguma essa mensagem.
Tudo o que se pretende fazer é algo parecido com o que o cinema americano faz com o cinema independente, cede espaço em algumas salas para o primo pobre. O resultado dessa pequena concessão é o surgimento de diretores como o Coppola, o Spielberg e o George Lucas, que além de serem amigos tem mais algo em comum, começaram no cinema indenpendente e hoje lotam salas e ganham milhões para a indústria de cinema americana. Que sonho seria fazer isso com nossa televisão.
O caso é que essa previsão apocalíptica do Reinaldinho é bastante equivocada, mas nós entendemos cara, ano de eleição e tudo mais ...

Como eu não sou um cara egoísta segue o link para quem quiser ler a bostagem... Ops, letra errada... postagem do Reinaldinho na íntegra.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-volta-a-atacar-a-imprensa-em-conferencia-de-cultura-que-tambem-defende-formas-de-censura/


Ótima madrugada de Domingo

Neste domingo pude desfrutar de dois grandes prazeres, o primeiro foi ver um bom filme ser premiado com 6 oscars desbancando o favorito avatar, o segundo foi assitir a uma obra-prima da sétima arte na integra sem ter que locar o DVD.
Ainda que tenham sobrado uns recentimentos da cerimônia do oscar, principalmente por "Bastados Inglórios" não ter ganhado nem um premiozinho de consolação, o que é um pecado levando em consideração a qualidade da história tão provocativa e criativa levada às telas por Tarantino, no geral o saldo da premiação me deixou muito feliz,.O"Up - altas aventuras", uma animação feita com uma qualidade de roteiro que eu não vejo a algum tempo e uma trilha sonora preciosa, levou dois oscars e o Avatar ganhou apenas o que merecia, os premios técnicos de imagem e efeitos especiais que são o show do filme.
Eu particulamente me sentí também premiado, logo após ao oscar a globo transmitiu o "Memórias de uma Gueixa", filme que eu tive o prazer de assistir no cinema anos atrás e que deixou boas lembranças. Para minha surpresa o filme, de cerca de 3 horas de duração, foi transmitido na íntegra e sem as decaptações que a globo costuma fazer, pude desfrutar daquela história tão delicada e bem construida.
A madrugada do Domingo foi excelente, pena que a qualidade da programação da tarde e da noite de domingo, com exceção de algumas edições do fantástico, concentram uma quantidade grande demais de besteirou.Fui dormir mais de 3 horas da manhã, mas com a alma enriquecida.

Parcialidade

Lendo blog's politicos aí pela net surgiu um estalo na cabeça. Uma daquelas percepções que surgem de repente e voçê pensa "Como eu não tinha notado isso antes?". O fato é que lendo alguns posts de uma certa revista, "VEJA", com editorial bem direcionado para uma determinada classe econômica e política, senti falta da tão elogiada imparcialidade jornalística. Notei que passando a vista em todos os posts e relembrando os lidos na integra o tema recorrente saltava aos olhos: crítica a um determinado conjunto de figuras políticas.
Não que fazer crítica política concisa, com argumentos bem amarrados e bem escrita, como é o caso do não citado blogueiro, seja um problema. O caso é que só haviam críticas!!!Ou seja, será que estas figuras democraticamente eleitas não tinham uma só qualidade? O pior é que a maior parte deles tenha sido reeleita. Hora, nem uma nota de rodapé mostrando uma benfeitoria destes sujeitos, diuturnamente malhados de reclamações, só poderia significar duas coisas: ou o povo brasileiro, que não apenas os elegeu como lhes deu a chance de um segundo mandato, é em sua grande maioria constituido de quadrúpedes comedores de capim, ou há alguma falha nas opiniões do Ilustre Reinald... Ops.... Blogeiro!
Afinal de contas, olhar apenas um lado da história, como faz um grande número dos nossos escritores de livros de história que teimam em escrever que Pedro Álvares Cabral foi o descobridor do nosso brasil, e não achando suficiente teimar em pintá-la com as piores cores possíveis não é outra coisa se não parcialidade.
O mais perigosa questão a cerca dessa parcialidade é a de qual o motivo está escondido por trás de tanto afinco em eleger vilões e criar mocinhos com a mesma sutileza de quem diz que "é melhor comer pouco que morrer de fome".













Injustiçados injustos

Injustiçados, foram assim que se setiram muitos estudantes da Universidade Federal de Sergipe no primeiro ano do sistema de cotas no vestibular da instituição. Como esperado a maioria dos reclamantes, que chegaram a promover ações na justiça contra a universidade, eram vestibulandos dos cursos de medicina, direito e outros desses cursos considerados (não sem motivos)"de elite" .
O fato é que nesses cursos, que são os mais procurados por jovens de classe média alta, há um histórico acentuado de exclusão. Alí os estudantes tem cor, classe social e até mesmo endereços parecidos. Os índices de estudantes oriundos de escolas públicas ou de renda baixa são minúsculos, chegando a zero em alguns períodos.
Hora! Nossa bela constituição não garante educação gratuita e de qualidade para TODOS? Por que então essa regra não deveria valer para estes cursos de elite que dão mostras significativas de falta de acesso a certos grupos. Por que a garantia de proporções mais igualitárias a certos grupos históricamente excluídos seria injusto? Bem sabem juristas de todo o brasil ( deveriam procurar saber também os candidatos a tal) que igualdade, ou por que não dizer justiça, parte de tratar os iguais na medida de suas igualdades e os desiguais na medida de suas desigualdades. Seria justo então criar paramêtros de avaliação diversos para aqueles que tiveram condições diferentes de acesso à educação.
Diriam ainda que essa não é a solução. Estes estudantes deveriam receber uma educação pública de qualidade para disputar as vagas em pé de igualdade com os demais. Concordo! Mas, temos esperado por isso nos últimos 510 anos de Brasil! Deveriamos esperar por mais 500?
Talvez a justiça retórica, fria e matemática que defendem alguns quando vêem parte de seus privilégios descer ralo abaixo seja diferente da justiça social por que tanto espera o povo brasileiro. Por quê não chamá-la de justiça verdadeira, humana.
Não surpreende que após séculos de uma cultura de segregação, que embora não seja de segregação física como ocorreu na África e em alguns estados dos E.U.A é no mínimo uma segregação de oportunidades, a reação vista pela sociedade seja a de um despertar da típica mentalidade coronelista na mente desses jovens que partem na defesa feroz de seu território de domínio.
É mais engraçado ainda analisar que no meio destes que se sentem injustiçados, se encontram alguns que caso houvessem ingressado para o curso desejado, em poucos meses poderiam ser vistos em alguma rua da cidade ostentando um chinelo de dedo nos pés a balançar a bandeira vermelha de algum partido de extrema esquerda.

O haiti não é aqui

"Pense no Haiti, reze pelo Haiti" Era o que diziam Gil e Caetano muito antes dos acontecimentos funestos dos últimos dias no Haiti. O desastre foi grandioso, centenas de mortes, outros tantos desaparecidos, perda geral para toda a população. Mas cabe lembrar que é nesses momentos que vemos o pior e o melhor de um país. Se por um lado a histórica falta de estabilidade política faz com que haitianos dependam de ajuda internacional para suprir as mais básicas necessidades dos atingidos pela tragédia devido a falta de infraestrutura do país, por outro, o povo tem compensado a inépcia governamental do país com um espírito heroíco. Em meio aos destroços podem se ver trabalhadores fazendo papel de policiais, bombeiros, socorristas, médicos, num belo retrato de como o ser humano pode ser solidário mesmo do alto de seu egoísmo.

Obs: Se puder passe no terra e dê uma olhada na obra de arte que é a letra de Haiti.