O dinheiro e eu !

Quando criança, minha mãe era professora de escola pública e meu pai trabalhava em construção civil, e a relação deles com o dinheiro era (por assim dizer) conflituosa. Assim, cresci num lar onde era instigado a estudar, "Conhecimento é poder meu filho!", "Estude muito para que um dia você tenha um bom emprego!".
Quanta felicidade meus pais não sentiram quando aquela criaturinha pequena, diria até minuscula para os padrões da minha idade, e gordinha para completar o pacote, foi adiantado de série repetidamente logo nos primeiros meses de escola diante de exclamações dos professores: "Nossa como ele é inteligente!", "Ele já sabe somar e diminuir perfeitamente e só tem 3 anos!", " Já escreve e lê tão bem tendo pouco mais de 4 anos!", até o cumulo do "Ele poderia perfeitamente ir direto para o primeiro ano primário já que está completamente alfabetizado, mas ele só tem 5 anos e é muito pequeno, ele pode não se adaptar aos colegas mais velhos!".
Mal sabiam os professores que aquilo tudo era resultado de horas de estudo com meu pai que encontrara uma maneira muito engenhosa de me ensinar aquilo que ele próprio tivera muita dificuldade de aprender.
Mas, o fato é que apesar de todo aquele potencial minha mente havia sido condicionada que eu deveria estudar para trabalhar. Minhas leturas de juventude, horas de frente para o discovery channel e para a bloomberg, canais aos quais adolescentes rarissimamente assistem, eram todas canalizadas para me preparar para o sucesso na carreira.
Assim logo no inicio do curso superior comecei a estagiar e a receber os elogios de professores e chefes. No entanto, anos depois das primeiras experiências na escola, os elogios já não estimulavam tanto. Enquanto trabalhava minha mente sonhava em conhecer a Europa, a arte renascentista, os canais de veneza, os prédios séculares das igrejas européias, as belas praias da austrália, as motanhas e bosques da nova zelândia, tanta beleza a que fui apresentado através da tela do computador ou da televisão e que para mim parecia cada vez mais distante.
Até que um dia, numa época em que andava quase depressivo por que a promessa de meus pais não se cumpriram e o estudo e trabalho árdua longe de realizar meus sonhos, transformavam-se no máximo em um tapinha nas costas e um novo trabalho a fazer, um amigo me deu um exelente conselho "Dê uma lidinha no livro Pai rico, Pai pobre, talvez essa seja a solução para seus problemas!".
Devo lhes confessar que a leitura do livro foi uma experiência transformadora! Mas a principal lição apredida foi a de que eu estava no caminho errado. Isso mesmo. Depois de tantos anos, tapinhas nas costas, e elogios vazios, eu estava no caminho errado! Em quê exatamente eu estava errado?! Eu havia, durante toda a vida, que no meu caso não era muito extensa mais significava muito para mim, me dedicado a me preparar para o trabalho. Por que isso é errado?! Ora!Se eu queria realizar meus sonhos e estes estavam condicionados ao dinheiro que deveria possuir para realizá-los, eu tinha então que aprender a ganhar dinheiro e não a trabalhar. E era só olhar para meu contra cheque no fim do mês para perceber que mesmo que me desfizesse de todas as necesidades pessoais, incluindo as biológicas, e estourasse todo o meu ganho do mês talvez eu conseguisse pagar uma passagem de ida para a Europa, mas só talvez, e numa classe econômica.
Como passar fome em um país estrangeiro sem condições de retorno para casa não é nem de longe meu sonho de consumo resolvi então seguir o conselho do livro e aprender a ganhar direinho e fazer o dinheiro trabalhar para mim...

Uma grata surpresa nas eleições


Quando começava a se desenhar o quadro de candidatos para as eleições 2010 e o PV convidou a Marina Silva para ser candidata, muitos imaginaram que seria apenas uma estratégia para fortalecer a imagem do partido. O maior beneficíado seria o PSDB uma vez que Dilma poderia perder alguns votos de eleitores históricos do PT, descontentes com o gaverno Lula, para essa candidatura de uma mulher cuja história de vida se assemelha em muitos pontos com a do presidente que se transformou numa espécie de ícone de um partido.
No, entanto, com o bom uso de recursos alternativos, principalmente da internet e das redes sociais, a Marina Silva foi se aproximando lentamente do eleitor e se transformando aos poucos simplesmente em Marina, o programa de governo que inicialmente parecia se resumir a propostas de cunho ambiental foi assumindo maiores proporções e agregando idéias de seus prórpios eleitores que se transformaram num novo tipo de militância, uma militância virtual, que não apenas faz twittaço, mas diz à candidata que tipo de Brasil quer ter e opina na formação do programa de governo gerando uma relação estreita, que cria um vínculo de identidade entre eleitor e candidato.
A candidatura de Marina acabou ficando a cara da politica séria e equilibrada que é a candidata, e começa a criar na juventude uma espécie de esperança utópica de que tudo, do dia pra noite, pode ser diferente.
Embora não seja dado a acreditar em utopias e seja obvio que esta candidatura não deve passar do primeiro turno, marina demonstra ter um futuro político longo e promissor. Ela merece ser aproveitada no governo do(a) futuro(a) presidente do país seja ele(a) quem for, na condição de porta voz das crenças, anseios e esperanças da juventude, condição essa conquistada com mérito.