Eleições Sergipe 2010


Lembro-me de minha época de movimento estudantil, mais especificamente de uns 6 anos atrás quando assumi a presidência da grêmio do Colégio de Aplicação. Na época, nos deparamos com a falta de organização e estrutura, e numa manhã de sábado fizemos o levantamento da situação: atas de reuniões inexistentes, estatuto arcaico (da época da fundação do grêmio), nenhuma estrutura de mobiliário (ao menos algo que pudesse ser utilizado), Inexistência de computador, nenhum controle financeiro e caixa zero.
A partir daí levantamos o mutirão. Criamos modelos de atas para as diversas reuniões, Reativamos as reuniões com o conselho de classe, Montamos comissão para reforma do estatuto que contava com estudantes e membros do conselho, pleiteamos e conseguimos doações de movéis em melhores condições junto à direção da escola e à prefeitura do campus, assim como uma sala melhor adaptada ao exercício das funções do Grêmio, reformamos um computador doado e conseguimos acesso a internet, criamos planilhas de movimento financeiro e disponibilizamos caixa através de doações por parte dos membros da diretoria, e lá se foram seis meses de gestão investidos em criar condições de trabalho.
No fim das contas as ações que só renderam frutos posteriores, e facilitaram a vida da gestão seguinte foram considerados inúteis pelos alunos acostumados com o barulho das festas e das manifestações (essas nem sempre com próposito). Fomos considerdos uma gestão que nada fez.
Hoje, vejo numa esfera maior algo semelhante acontecer com outra pessoa. O Governador Marcelo Déda têm recebido críticas de ter criado um governo de um ano só. Tal argumento só pode ter se originado de pessoas que não acompanharam a profunda reforma administrativa que se passou na administração pública sergipana, modernizando as instituições e os processos, enfim criando condições para um trabalho com mais eficiência.
Conseguir governar dentro da turbulência de uma grave crise econômica que reduziu severamente a arrecadação do estado e ainda proporcionar aumento salarial real a muitas categorias, em alguns casos originadas de leis federais como no piso salarial dos professores, e em outros por iniciativa própria como no caso dos policiais, me parece uma conquista originada da atualização do serviço administrativo que agora permite alcançar mais com menos.
Talvez o cenário econômico não tenha permitido a Marcela Déda ser o Governador das grandes obras, sobretudo das que irresponsavelmente deixam uma dívida enorme com a qual os governos seguintes terão que arcar, mas imagino que se tanto avançou e foi conquistado em condições tão desfavoráveis, como não será um Governo Déda no belo cenário econômico de crescimento e estabilidade que se desenha no horizonte.

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